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Guiné (Petiveia alliacea)

Algumas referências citam que a erva foi trazida da África no período colonial , outras referências citam que foi o contrário, que a erva foi do Brasil para a África após a abolição. Fato é que, é encontrada em diversos lugares do mundo atualmente. Muito utilizada em cultos religiosos ela tem muitas propriedades medicinais importantes.

Planta protetora utilizada no vaso de 7 ervas (veja aqui). Ela pode ser usada para confecção de incensos naturais (veja aqui como se faz) e em defumações e banhos. Particularmente como é uma planta tóxica dependendo da dose utilizada, tenho o cuidado de indicar, se for o caso, que se faça escalda-pés da erva com sal grosso. Limpa energeticamente e acalma depois de um dia difícil e pesado.

Do tronco da Guiné muitas vezes são feitas as figas que atraem boa sorte! A figa é um amuleto desde a Roma antiga – mas, naquela época, era usada em cultos à fertilidade e ao erotismo. O dedo polegar seria o órgão masculino, penetrando o feminino. Tal imagem, no imaginário popular, afastaria a infertilidade. Hoje, a crença é de que a figa protege contra mau-olhado, feitiços e influências negativas e garante sorte ao seu portador. Ela pode ser usada em colares, pulseiras ou presas a chaveiros. Pode ser feita em madeira, ouro, outros metais e até em arruda, planta também conhecida por afastar a má sorte. Se você perder um figa, não a procure: ela foi embora com toda a carga negativa que teria recaído sobre você.

A Guiné também é chamada de “Amansa-senhor” pois era usada pelos escravos para acalmar seus senhores mais ferozes (inclusive sexualmente). Eles colocavam nos alimentos e chás dos senhores para acalmar e provocar sonolência já que a planta causa baixa do índice glicêmico com muita rapidez. Após uso regular, os senhores começavam a ter problemas no sistema nervoso central, ter convulsões, perda de memória e acabavam sendo “imbecilizados”. Era uma das armas dos negros contra os senhores.

“De acordo com a mitologia Yorubá, plantas e outros elementos terapêuticos e alimentícios são riquezas que os deuses proporcionam ao homem. As soluções para os problemas em geral e os diagnósticos das doenças, são indicados principalmente pelos oráculos, como por exemplo, o jogo de Ifá ou de búzios. Acredita-se que consultando os jogos divinatórios obtêm-se os conselhos do grande mestre Orunmila. A missão de Orunmila na terra usando de sua mais alta autoridade e sapiência, é revelar conhecimentos e conceder alguns pequenos poderes aos homens. A medicina vegetal é vista como um dom divino. Quem segue e conhece os seus ensinamentos poderá curar com plantas e palavras rituais os homens e mulheres doentes que chegarem ao seu caminho.” Plantas medicinais abordagem histórico-contemporânea de Mara Zélia de Almeida.

Analgésica, anestésica, emenagogo, anti inflamatório, ansiolítico, hipoglicemiante, abortiva, elimina ácaros e carrapatos.

A planta é tóxica e deve ser usada com orientação de profissional com conhecimento em fitoterapia. Usar para fins específicos, não de forma contínua, nas doses adequadas para cada caso.

Ela gosta de ser cultivada em locais de sol e deve ter a terra sempre úmida (não encharcada). Planta resistente e excelente para ser colocada nas entradas das casas para proteção contra mau olhados e para atrair sorte e felicidade ao lar. Pode crescer entre 50cm e 1 m de altura portanto merece um vaso ou local na terra generoso e bem nutrido para ela.

Todas as características das plantas em geral, os benefícios que elas nos trazem podem ser observados também como ela se comporta no ambiente. É quando podemos ter um olhar mais atento e entender o que ela precisa, e não apenas pensar no que ela pode nos oferecer! Essa é a conexão, essa é a cura!

Pri Guida